135º A Adição

A maconha é, à exceção do tabaco e do álcool, a segunda substância psicotrópica[1] com maior porcentagem de uso pelo menos uma vez no ano como apontam dados do V Levantamento Nacional sobre o consumo de Drogas Psicotrópicas entre estudantes..


Nessa pesquisa, 50.890 estudantes de 512 escolas públicas e 277 escolas particulares das 26 capitais e do Distrito Federal responderam a questionários de forma anônima e individual sobre o uso que faziam de drogas psicotrópicas como o tabaco, álcool e a maconha, dentre outras.

Esse estudo aponta que 3,7% dos estudantes entrevistados fumaram maconha pelo menos uma vez no ano anterior à pesquisa. Quando o foco é a região sul do país, esse número sobre para algo em torno de 10%. Os menores valores ficaram com a região norte, onde 1,5 a 3,2% dos estudantes revelaram ter consumido essa droga no ano anterior pelo menos uma vez.

A cidade de Porto Alegre foi a campeã no uso de maconha entre estudantes da rede pública, reforçando a ideia de que o problema da maconha é pior na região sul. Em todas as categorias de uso (uso na vida, no ano, no mês, uso frequente e uso pesado) a capital gaúcha apresentou os maiores números na prevalência do uso da maconha.

As menores prevalências ficaram restritas a algumas capitais das regiões norte e nordeste, como mostra a tabela 1.


[1]  Substâncias que agem no sistema nervoso central modificando de alguma forma seu funcionamento.


O relatório feito após o dado levantamento mostrou outro dado alarmante. Enquanto o uso de drogas como álcool e anfetamínicos tem caído desde que o levantamento tem sido feito há 23 anos, a maconha e a cocaína tem aumentado o número de pessoas que já as usaram pelo menos uma vez na vida.

No Rio de Janeiro, em 1987 (primeiro ano em que o Levantamento foi feito) o número de jovens do ensino fundamental e médio que responderam ter usado maconha pelo menos uma vez na vida era de 2,5%. Daí em diante, foi observado um aumento quase contínuo nesse número até que no levantamento realizado no ano de 2004 atingiu-se o maior valor (6,8%). No ano de 2010, felizmente houve uma queda discreta nesse número, que passou a ser da ordem de 5%.


 
Esse número condiz com a tendência geral de queda no uso de drogas ilícitas por estudantes da rede pública. Quando comparados os levantamentos dos anos de 2004 e 2010, essa queda foi de cerca de 50%. (Fonte: SENAD – Secretaria Nacional Antidrogas).

Quando comparamos estudantes na faixa etária de 17/18 anos dos EUA e do Brasil, percebemos que em nosso país apenas 13,2% uso da maconha pelo menos uma vez na vida, contra assustadores 42% nos EUA, de acordo com dados do CEBRID 2010. Esse comparativo e outros tem mostrado um avanço no controle da epidemia no uso de drogas ilícitas.


Para a secretária-adjunta da SENAD, Paulina Duarte, “a redução do consumo de drogas entre os estudantes é resultado das políticas quem vêm sendo implementadas no âmbito das escolas e da sociedade como a capacitação de professores, ações junto a lideranças comunitárias, fortalecimento da rede de proteção social, entre outras iniciativas da área”. 

Em resumo, embora as políticas sobre drogas adotadas no país estejam aparentemente surtindo efeito positivo, ainda há muito a ser feito por exemplo nas regiões sul e sudeste do país, onde se concentram os maiores índices de uso da maconha.